Primeiros vestígios de luz captados após o Big Bang têm 380 mil anos.
Imagem foi feita após 15,5 meses de coleta de dados do telescópio Planck.
Nessa época, o Universo tinha "apenas" 380 mil anos de idade – hoje, segundo dados obtidos pelo telescópio Planck da ESA, calcula-se que tenha cerca de 13,8 bilhões de anos, 100 milhões de anos a mais que as estimativas anteriores.
Mapa mostra primeiros vestígios de radiação identificados no Universo (Foto: ESA–Planck Collaboration/AFP)
A imagem acima se baseia em uma coleta de dados feita ao longo de 15 meses e meio pelo Planck, lançado em 2009 em busca da primeira luz emitida depois da "Grande Explosão". Os pontos azuis e amarelos indicam variações de temperatura.
Esse registro superdetalhado da chamada "radiação cósmica de fundo em micro-ondas" é um dos mais fortes indícios da existência do Big Bang, e carrega as "sementes" de todas as estrelas e galáxias conhecidas.
A temperatura na ocasião chegava a 3.000° C. Antes disso, o Universo era tão quente que nenhuma luz poderia sair dele. O telescópio capturou, então, o "fóssil" do primeiro fóton (partícula elementar da luz) que surgiu no Cosmos e viajou por mais de 13 bilhões de anos para chegar até nós. Essa radiação hoje é extremamente fria, com apenas 3° C a mais que o zero absoluto (-273,15° C), e invisível – mas pôde ser detectada pelas ondas de rádio do Planck.
Segundo os astrônomos, esses resquícios revelam a existência de traços que podem desafiar as bases da nossa atual compreensão do Universo e levar a um melhor entendimento da "receita cósmica" que o compõe.
De acordo com uma revisão da ESA, o Universo é formado por apenas 4,9% de matéria visível, feita de átomos. Os outros 95,1% se dividem em energia escura (68,3%) e matéria escura (26,8%). Antes do Planck, acreditava-se que havia 72,8% de energia escura, 22,7% de matéria escura e 4,5% de matéria visível.
A imagem acima se baseia em uma coleta de dados feita ao longo de 15 meses e meio pelo Planck, lançado em 2009 em busca da primeira luz emitida depois da "Grande Explosão". Os pontos azuis e amarelos indicam variações de temperatura.
Esse registro superdetalhado da chamada "radiação cósmica de fundo em micro-ondas" é um dos mais fortes indícios da existência do Big Bang, e carrega as "sementes" de todas as estrelas e galáxias conhecidas.
A temperatura na ocasião chegava a 3.000° C. Antes disso, o Universo era tão quente que nenhuma luz poderia sair dele. O telescópio capturou, então, o "fóssil" do primeiro fóton (partícula elementar da luz) que surgiu no Cosmos e viajou por mais de 13 bilhões de anos para chegar até nós. Essa radiação hoje é extremamente fria, com apenas 3° C a mais que o zero absoluto (-273,15° C), e invisível – mas pôde ser detectada pelas ondas de rádio do Planck.
Segundo os astrônomos, esses resquícios revelam a existência de traços que podem desafiar as bases da nossa atual compreensão do Universo e levar a um melhor entendimento da "receita cósmica" que o compõe.
De acordo com uma revisão da ESA, o Universo é formado por apenas 4,9% de matéria visível, feita de átomos. Os outros 95,1% se dividem em energia escura (68,3%) e matéria escura (26,8%). Antes do Planck, acreditava-se que havia 72,8% de energia escura, 22,7% de matéria escura e 4,5% de matéria visível.
Mapa completo do céu mostra a matéria entre a Terra e o limite observável do Universo. As regiões mais claras são as de menor massa e as mais escuras, de maior. As áreas acinzentadas são as partes mais brilhantes da nossa galáxia, que bloquearam o mapeamento do Planck (Foto: ESA/Nasa/JPL-Caltech)
"Ousamos olhar o Big Bang de perto, o que permitiu compreender a formação do Universo 20 vezes melhor que antes", disse à agência AFP o diretor geral da ESA, Jean-Jacques Dordain, ao apresentar os primeiros resultados do Planck em Paris.
Com exceção de algumas anomalias encontradas – com as quais, segundo Dordain, os teóricos devem trabalhar durante semanas –, os dados do telescópio reforçam de maneira "espetacular" a hipótese de um modelo de Universo relativamente simples, plano e em expansão. Mas, segundo os novos resultados, esse aumento de tamanho tem ocorrido mais lentamente do que os cientistas pensavam.
Na opinião do astrofísico George Efstathiou, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, o mapa parece uma bola de rúgbi danificada ou uma obra de arte moderna. "Mas posso garantir que alguns cientistas trocariam seus filhos por essa imagem", brincou.
Para ter precisão absoluta e eliminar todos os sinais de interferência emitidos pela Via Láctea e por outras galáxias, o Planck conta com um instrumento de alta frequência que deve ser resfriado a um décimo de grau acima do zero absoluto.
"Essa façanha tecnológica, feita em um ambiente sem gravidade e no vácuo, não tem equivalente, e nenhum equipamento espacial poderá ultrapassá-lo por um longo tempo", disse Dordain.
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